|
Crítica da Razão Pura - Concepção de tempo em Kant1- O tempo não é um conceito empíico tirado de uma experiência qualquer. Já que nem a simultaneidade nem a sucessão se apresentariam na percepção se a representação do tempo não se constituísse em seu fundamento a priori. Só pressupondo essa representação podemos demonstrar a nõs mesmos a existência de uma coisa num só e mesmo tempo - simultaneamente - ou em tempos diferentes - sucessivamente.
2- O tempo é uma representação fundamental que constitui a base de todas as instituições. É impossivel suprimir o próprio tempo no entendimento dos fenômenos do tempo. O tempo é, sem dúvida, concebido a priori. Toda a realidade dos fenômenos é possível somente no tempo. Pode-se prescindir de todos os fenômenos, mas o tempo não pode ser suprimido - enquanto condição geral de sua possibilidade. 3- A respeito dessa necessidade a priori estabelece-se também a possibilidade de princípios apodíticos das relações do tempo ou de axiomas do tempo em geral. O tempo tem apenas uma dimensão. Tempos diferentes não são simultâneos, porém sucessivos - assim como espaços diferentes não são sucessivos, porém simultâneos. Estes princípios não podem ser extraídos da experiência, visto que esta não lhes concederia nem rigorosa universalidade nem certeza apodítica. Apenas poderíamos dizer: " assim nos ensina a percepção comum", e não " assim tem que ser ". Conseguintemente, estes princípios vale como regras, as únicas que geralmente possibilitam experiências e, assim, nos instruem antes de tais experiências, e não durante estas. 4- O tempo não é um conceito discursivo ou, como se diz, um conceito universal, mas ua noção pura da intuição sensível. Tempos diferentes são apenas partes de um mesmo tempo. Ora, a representação que só pode dar-se por meio de um único objeto é uma intuição. Nesse sentido, não pode derivar de um conceito universal a proposição em que tempos diferentes não podem ser simultâneos. Esta proposição é sintética e não pode provir apenas de conceitos. Portanto, está imediatamente contida na intuição e na representação do tempo. 5- A infinitude do tempo significa apenas que qualquer grandeza determinada de tempo somente é possível por limitações de um tempo único, que lhe serve de fundamento. Então, a representação primeira do tepo terá de ser dada como ilimitada. Porém, sempre que as próprias partes e toda a magnitude de um objeto só possam representar-se de uma maneira determinada por limitação, a sua representação total não tem de ser dada por conceitos - já que estessó contê representações parciais. É necessário que haja uma intuição imediata servindo-lhes de fundamento. Crítica da Razão Pura - Estética Transcendental - Espaço-Tempo A sensibilidade faz a passagem do conhecimento do objeto ao sujeito, este conhecimeto se relaciona com o objeto pela intuição, mas é o entendimento que confere os conceitos destes objetos. Explicados na parte anterior sobre as duas distinções do que é o objeto; podem ser uma coisa em si, e um fênomeno. A coisa em si não pode ser conhecida, mas, o fenômeno pode, ele é uma constituição subjetiva do sensorial, por ser subjetiva necessita do entendimento para conferir seus conceitos a partir da intuição, fazendo uma análise do sentido e do conceito irá se formar o objeto do conhecimento. Das intuições puras provém a intuição empírica, ou, experiência. O objeto da intuição empírica é indeterminadamente o fenômeno, a matéria e a figura são o que permite sentir e intuir este fenômeno, é a posteriori por serem intuidos por causa da experiência, por serem de matéria empírica. Mas, a sensação pura não diz respeito à sensação, é a priori e se apresenta para formar o fenômeno intuitivamente, também é chamada de intuição pura; trata dos conceitos do fenômenos. A estética transcendental trata apenas da abstração dos conceitos da sensibilidade, tratará das intuições empíricas e da formação dos fenômenos. Tratará do conceito de espaço e do tempo. O espaço é determinado como sendo exterior, pois é apreendido pelos sentidos exteriores que apreendem os objetos que estão fora do sujeito que percebe, assim sendo, não é empírico por estarem apreendidos por peio da representação de algo que é exterior ao sujeito. É a priori, fundamenta das intuições externas. Ele é condição de possibilidade do sujeito apreender e intuir os fenômenos, representa os fenômenos externos, fundamentando uma intuição pura, pois, se encontra totalmente a priori. É uma intuição pura, é assim por dar-se na mente como condição de todos os fenômenos, é único por todos os fenômenos se darem simultaneamente nesse espaço. Por isso, o espaço é representado como uma grandeza infinita dada, é pensado como característica em comum de todos os objetos. Na exposição transcendental do espaço, chega na afirmação de que ele dá condição para outros conhecimentos sintéticos a priori, como por exemplo a geometria, pois, trata de objetos que estão inseridos no espaço, e é uma ciência sintética a priori. Portanto, o espaço não é uma coisa em si, é possível de apreendê-lo, é a priori, permite a intuição externa dos objetos do sentido externo. A intuição do espaço permite afirmar que onde todas as coisas, enquanto fenômenos externos estão justapostos no espaço, o espaço, assim, é condição objetiva dos fenômenos. O tempo também não é um conceito empírico, é condição de possibilidade da simultaneidade que se dá somente no espaço, pois, este se encontra em um único e mesmo tempo; e a sucessividade, que somente acompanha o conceito de tempo. O tempo é condição de existência dos fenômenos, nele é possível toda a realidade do fenômeno, por isso também é a priori. O tempo tem apenas uma dimensão, quando se verifica tempos diferentes podemos relacionar com a sucessividade, pois, quando observo um objeto confiro que ele existe simultaneadade no momento da percepção dele, mas na medida em que ele se apresenta em determinados momentos, também verifico que nele há a noção de tempos sucessíveis, então, nem mesmo a sucessão nem a simultaneidade podém estar separados do tempo, e nem separados da experiência possibilitando uma instrução dos dados do objeto antes da experiência. Desse modo, o tempo também não é um conceito discursivo, é uma forma de intuição sensível, onde é possível afirmar que tempos mesmo sendo diferentes fazem parte do mesmo tempo, forma-se um tempo único. Por não derivar de nenhum conceito universal, o tempo é uma intuição. Além disso, assim como o espaço, o tempo é infinito, em sua representação é ilimitada, ou seja, quando se trabalha com o tempo, usa-se limitações de partes dele, mas ele é infinito. A sucessividade do tempo possibilita o conceito de mudança, onde a própria intuição a priori do tempo nos condiciona à pensá-la. A sucessividade nos ensina que o mesmo objeto ocupando o mesmo lugar pode aparecer em tempos diferentes em diferentes movimentos num objeto só. Essa representação é possível pela intuição que possibilita o tempo ser um conhecimento sintético a priori. O tempo não é uma coisa em si, as representações exteriores estão vinculadas ao espaço, mas estas representações exteriores estão vinculadas com as representações interiores, o tempo se forma no sentido interno relacionando as representações para o sujeito. O tempo age em correspondência com o espaço. Enquanto o espaço é condição objetiva de todos os fenômenos, o tempo é condição formal dos fenômenos, porque mesmo um objeto que se apresenta na condição de exterior ao sujeito estão, de certo modo, no interior dele também, por isso, o tempo é condição formal dos feômenos internos e externos. O espaço determina a priori todos os fenômenos externos, e o tempo determina a priori todos os fenômenos internos e externos. O tempo é válido enquanto não se abstraia a sensibilidade da intuição , ou seja, não é nada sem o sujeito que percebe, perante os objetos tem uma realidade subjetiva para o sujeito, mas objetiva para os fenômenos, porque pode-se afirmar que todas as coisas, enquanto fenômenos estão no tempo. Todos os objetos da experiência estão sujeitos ao tempo. Portanto, o tempo nada é se abstrair o sujeito, pois, necessita da experiência para se realizar interna e externamente. Possuindo uma chamada idealidade do tempo que se refere fato do tempo não corresponder com as coisas em si. Tendo realidade objetiva para os fenômenos. Bibliografia: Kant, I, Crítica da Razão Pura, editora Clauste-Gulbenkian, Lisboa, 2001 |